terça-feira, 26 de maio de 2015

"Momento De Prosa Pretaone"

É Com a Preta !

É do conhecimento dos Pernambucanos/as, que temos uma enorme diversidade cultural e sabendo deste fato, temos o prazer e a honra em prosear com a DJ Pretaone que vem ganhando espaço, respeito e carinho por onde passa.
Foto: Karina Oliveira
Pernambuco Afro Cultural / PAC- Diz para esse Quilombo quem é você?

DJ Pretaone... Sou Adriana Sales, estudante de jornalismo, integrante dos grupos: Cabelaço e PFC- Poder Feminino Crew, mãe de dois músicos: Adonias 20 anos e Watyllê 16.

PAC- Como iniciou sua carreira, como disc jockey (DJ)?

DJ Pretaone... Sempre tive um amor inexplicável pela música, lembro que quando adolescente formava grupo de danças, fiz backing vocal em uma banda, comprei com o meu primeiro salário que recebi na minha vida um vinil da banda Olodum observação. Eu não tinha aparelho de som em casa pra ouvir. Quando fui morar só escutava música na rádio Amparo(alto-falante) e pedia músicas por telefone. Na época existia um programa na rádio cidade que se chamava Central Reggae e o apresentador sem querer soltou no ar um trecho de um Ragga, ritmo esse que adotei em meus Sets, foi amor à primeira audição, mas foi só em 2006 que oficialmente iniciei a carreira, tinha com um antigo companheiro um espaço onde fazíamos Freestyle aos domingos e desde então me identifiquei com a profissão, minha primeira apresentação em público foi no lançamento do segundo CD do Favela Reggae.


  PAC- Enquanto mulher negra, você identifica que há preconceito devido a sua cor da pele no meio artístico?

DJ Pretaone... Claro que sim, em vários eventos particulares que participei vi muitas atitudes preconceituosas, como cochichos, olhares atravessados, caras feias, mas tudo passava depois que eu soltava o Set. Teve ocasiões em que até fui barrada na entrada, houve situações onde tive que abrir a bolsa para mostrar os equipamentos. Os contratos na maioria das vezes eram feitos por telefone e a cara de decepção de algumas pessoas depois que me enxergaram eram perceptíveis, mas isso nunca me travou, ao contrário, me incentivava. Dava mais vontade de mostrar porque estava ali.

Foto: Arquivo Pessoal

 PAC- Qual a música que te dá mais prazer em colocar para o público cair na balada?

DJ Pretaone... As músicas com batidas pesadas como: Dubstep, Trap Bass, Ragga e Rap, porém meu maior prazer é ver o público dançando. Hoje meu estilo é bem eclético e preparou um set de acordo com a temática do evento.

PAC- Como é, ser Negra, Mulher, Nordestina e DJ Pernambucana? 

DJ Pretaone... Não é fácil, ser vítima de preconceito, machismo, discriminação social, desmotiva muito, tem que ser forte para continuar, e o mercado da música também é bem limitado. Já briguei muito por ser cortada em eventos, por ser perseguida em lojas e ser desvalorizada, hoje é bem diferente, isso já não me deixa mal, ao contrário, me faz querer mostrar o que sei fazer, e que sou capaz.
PAC- Como você define o cenário para as mulheres que gostam de música eletrônica em Pernambuco?

DJ Pretaone... Bem variado, as mulheres negras já conseguem se destacar no cenário eletrônico como a DJ Lala k, por exemplo, mas infelizmente é insuficiente.

Nós que compomos este Quilombo virtual tivemos o enorme prazer em receber a Adriana Sales, ou a guerreira Pretaone que coloca todo mundo para dançar e pela valiosa e deliciosa prosa. Afros Abraços!

DJ Pretaone... Eu que agradeço pelo carinho e oportunidade em divulgar o meu trabalho, que mais mulheres negras entrem neste ciclo musical.

PAC- Ubuntu!

Serviços:

https://twitter.com/Djpretaone
E-mail: adrianasalesx@gmail.com
http://tnb.art.br/rede/djpretaone
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