Mulheres negras são
como mantas kevlar,
Preparadas pela vida
para suportar,
O racismo, os tiros,
eurocentrismo,
Abalam, mas não
deixam neurônios cativos.
Yazalú
Mergulhando no mar de lembranças,
e histórias contatadas e recontadas, talvez esquecidas, ou, quem sabe
adormecidas. Iniciando um mês dedicado a consciência negra, sendo uma grande
conquista para nós, negros e negras. De forma prática, pensar e refletir os
saldos positivos e negativos, mas lembrar de e exaltar as mulheres guerreiras
que só nos fortalecem, não esquecendo as que de forma abrupta foram mortas e
retiradas de sua luta e lida diária, deixando para trás sonhos e perspectivas, transformando
em angústias, sendo essa renovada e modificada para seguir em frente. Então, neste espaço de tempo corriqueiro
vamos Saldar a todas as guerreiras, Salve Dandara, Salve Aqualtune, Luíza Mahin,
Lélia González, Salve Cláudia...
Ser mulher, negra e
nordestina, não é fardo é motivo de orgulho e ao mesmo tempo reavivar a
memória. As formas de torturas são muitas, a reação é que é de impressionar.
Mulheres são retiradas de sua terra natal, o grande útero da humanidade
“África”. Em pleno alto mar, negando a escravidão se jogam, corpos imersos,
algumas com crianças nos braços. Suicídio, ou, melhor dizer, um ato de coragem
e de resistência impressionante. Imaginar está cena, é não sentir dor, mas se
apegar a essa força e dizer “Não queremos ser escravas”, Não somos objetos,
somos seres humanos e lutamos pelo melhor que há neste mundo. Por isto, e outros mais, somos aguerridas de
força e sentimentos de justiças.
Partindo deste pressuposto,
percebemos e valorizamos as mulheres que ao lado de Zumbi dos Palmares
lideravam, lutaram e ergueram o Quilombo de Palmares, nem mais nem menos. Mas
dizer euforicamente “Viva” Zumbi é ampliar este olhar, pensar de forma
holística, valorizando atores e atrizes. Ao saudar o líder negro, também
valorizamos, reconhecemos as guerreiras que em busca de liberdades, não
escravização do ser, ergueram lanças e escudos, fortalecendo a retaguarda.
Apegando-se a essa ancestralidade, é liberar energias positivas para uma nova
realidade. Enquanto mulher, cada uma que é morta por aborto, suicídio e
qualquer outra tipificação da violência, daremos um grito, pois essa é forma
mais sutil de extermínio contemporâneo. Mover a força que se encontra em nossas
entranhas, cobrando para que políticas reparadoras sejam implantadas e
humanizadas.
Contudo, dizer viva Zumbi,
mas não esqueçamos de Dandara e Aqualtune que nos deixaram resistência, força,
sabedoria, inquietas e inconformadas por um país que contém anos de exclusão
social. Trazer estas guerreiras para a roda da vida é sempre lembrar que a
força que nos move é a de indignação é a força que vai além, é a mesma que
energiza as Deusas africanas, Oyá, Oxum e Obá, cada uma com sua história
peculiar, mas se tiverem que guerrear deixa de lado suas fraquezas, para somar
com outras e outras guerreiras que se encontram no Orum, que espiritualmente
continuam presentes.
Viva
Zumbi! Salve Dandara! Salve Aqualtune!
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