Um Ensaio, apenas!
Por: Rosangela Nascimento
RG: Registro Geral, nome,
data de nascimento, pai, mãe, e outras informações pertinentes. O caos, a
imersão de uma instituição falida e desumana que arrasta um corpo, uma mulher
negra, que deixa a partir de uma abordagem covarde, de ser quem é, e é transformada, nesse instante em “Indigente”. Cláudia Silva Ferreira, assim
chamava a personagem desta triste, trágica e real história do Racismo nosso de
cada dia.
Tiraram desta mulher, os
sonhos, os filhos e a vida! A imagem desta cena lamentável e desumana
repercutiu rapidamente, os adjetivos pejorativos todos eles apareceram: Preta, Mulher, Favelada etc. Assim, foi posto, assim foi dito. E como aprendemos a
ressignificar todas as formas de violência, esta servirá como bandeira. Em um
ato de amor, humanizado e solidário para fortalecer uma família marcada pela
dor “100 Vezes Cláudia” ou serão “1000 vezes Cláudia”.
Ecoa, pelo ar um basta à
violência, humanizar é preciso! Preta, Mulher, Favelada, uma
cidadã Brasileira, até quando a cor da pele irá determinar como deve ser
tratado um ser humano neste mundo?
A Cláudia Silva Ferreira é
mais uma Maria Carolina de Jesus, que por ironia da perversidade, que habita os
corações impuros de alguns seres despreparados, desprovidos de respeito, não
reconhecem o outro como seu semelhante.
Quantas de nós, mulheres negras e não negras, não se indignaram diante do fato?
Quantos são os brasileiros, e brasileiras que repudiam essa atitude covarde?São inúmeras, milhares de mulheres que estão renascendo a partir desta partida, é o fôlego renovado para Marchar para seguir adiante pelo bem viver!
Identidade, cabelo pixaim, a cor da pele é preta, esse é o divisor de oceanos, mares, lagoas regadas, imersas no Racismo!
Volição, assim as mulheres estão seguindo, convocando outras companheiras para compor o “Grito”, um basta à violência, as atrocidades fardadas! A refletir e indigna-se, a repudiar.
A justiça tem cor, ela é preta, a identidade da força que cobra as autoridades, também é preta!
Certamente, poderíamos utilizar aqui todas as palavras cognatas, para expressar, oferecer a resistência que move toda a militância, a agulhada foi forte demais. Ah! Aguente o alarido, ele apenas começou! É combate para valer, tudo isto por causa de uma favelada, uma mulher negra. Pois o cabelo é pixaim, a cor da pele é preta, tinha família, marido e filhos, neste contexto aliar sempre, conciliar-se com a justiça. Alô!Um corpo negro arrastado pelo chão, houve um corpo negro baleado e arrastado pelo chão!
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