quarta-feira, 20 de março de 2024

O que o Dia 21 de Março

 Tem a ver com Tibau do Sul?

Por: Rosangela Nascimento[1]


Primeiramente vamos saber do que se trata o dia 21 de março para o mundo, país e município de Tibau do Sul. A data foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas). Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.

21 de março de 1960, século vinte Tibau do Sul era Distrito de Goianinha, tendo sua emancipação em 3 de abril de 1963.  Para ampliar a leitura você caro leitor, leitora poderá pesquisar sobre a década de 60. E perceberá melhor o contexto ao qual ocorre o fato.

No entanto, nesta data na África do Sul 20 mil negros protestavam contra uma lei que limitava os lugares onde eles podiam circular. A manifestação era pacífica, mas tropas do Exército atiraram contra a multidão. 69 pessoas morreram e outras 186 ficaram feridas, no episódio que ficou marcado como o massacre de Shaperville.

Em memória a tragédia, a ONU instituiu o dia 21 de março como Dia Internacional pela Discriminação Racial.


Ora, vamos à reflexão!

Sendo Tibau do Sul. Terra de origem indígena, abriga o Quilombo de Sibaúma e afrodescendentes residindo em todos os Distritos. Porque as escolas não trabalham durante o ano todo as leis: 11.645/08 e 10.639/03 que sugerem novas diretrizes curriculares para o estudo da História e Cultura Afrobrasileira e indígena?

Porque Sibaúma não tem uma Escola Quilombola e Creche?

Preciso dizer que as resoluções que regem a Educação Escolar Quilombola são: respeito e reconhecimento da história e da cultura como elementos edificantes do processo civilizatório nacional. Reconhecendo que a proteção das manifestações, valorização da diversidade étnico racial é promover o bem viver.  Sendo assim, pergunto mais uma vez.

Porque estão sendo descartados materiais/ resíduos do Posto de Saúde a céu aberto dentro do Quilombo?  Segue link (https://www.instagram.com/p/C4sUtrhrV7p/?igsh=bTBtNWtpcnNqZ2x5)

Tibau do Sul, tem um ritmo e um feito só do seu povo que é o Coco Zambê maior patrimônio imaterial dessa cidade. Foi difundido por meio do Mestre Geraldo que partiu e não tem nenhum monumento ou equipamento em seu nome. Tem sim, o legado mantido por seus filhos e familiares. Grupos organizados na Pipa e em Sibaúma.

Não reconhecer a Cultura e suas manifestações culturais como parte de um processo educativo vivencial é uma violação dos Direitos Humanos. É contra a constituição e a Democracia do nosso país.

Que a data sirva para além de reflexiva, mas um instrumento educacional pela preservação do meio ambiente e do povo que o habita. Para que possamos encontrar o equilíbrio entre a Natureza e a Humanidade. 




[1] Graduada em Letras – FACHO, Comunicação Popular – UFAPE e Especialista em Literatura Afro Latino Americana e Caribenha – UFRGS.


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