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Nós que integramos a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco expressamos nossa solidariedade e nosso respeito à Karina Bhur.
Sabemos que o patriarcado não dá tréguas e resistir a situações violentas como as que ela foi exposta é um aprisionamento de si mesma. O medo é uma ferramenta constantemente usada por homens contra as mulheres, e os espaços religiosos não estão isentos disso.
O candomblé, assim como as demais religiões, prega o amor e a solidariedade. Cuidar de si e cuidar do outro é fundamento. O corpo é morada do orixá e meio pelo qual ele nos íntegra com o sagrado.
Infelizmente, nem todos fazem jus ao poder e à graça que lhes são conferidos. Por vezes o machismo, o mau-caratismo e a ganância das pessoas superam a humildade e a obediência aos orixás inquices e voduns. Esses certamente terão de ajustar as suas contas com o divino.
No caso de Karina não houve tempo para a justiça dos homens ser feita. No entanto, o seu sofrimento e a sua dor, tornados públicos, certamente servirão não só para aliviar sua dor, como também para libertar centenas de outras mulheres que, independente de sua religião, sofrem na mão de falsas lideranças religiosas.
À Karina estendemos nossas mãos e a acolhemos num abraço. Conte conosco.
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