Lindo de ver, sentir e imaginar a força das mulheres homenageadas neste carnaval gera uma energia tão gigante, da Mãe Menininha homenageada pela Escola de Samba Vai Vai, o Ylú Obá de Mim, aos Afoxés da minha terra natal, Omô Nilê Ogunjá, Oyá Tocolê Owó, Baque Mulher e a Banda Afro Ará Ylê. Tenho certeza que muitos outros surgiram, pois, o grito ecoa entre nossos ouvidos, corações e nobres sentimentos. Estamos tão insatisfeitas, das escolhas direcionadas para nós, e, nós mulheres negras estamos colocando nosso bloco nas ruas, nossas dores, nossa força.
Não dá mais para vestir-se de ilusões, sabemos de nossas lutas e trajetórias. É feminismo, é! Mas, sabemos que ao longo da história não fomos contempladas, e sim, manipuladas. Infelizmente, a consciência é o que move um Movimento popular neste mundo, e, faz desta sua ação. A gente nunca pensa na história, mas ela é nossa companheira, nos persegue e é nossa aliada. As mulheres brancas para ocupar espaços no mercado de trabalho contaram com a mão de obra escrava, isto quer dizer uma mulher para cuidar de seus filhos/as, casa, não as culpo por isto, e sim o sistema. Mas admitir que nós mulheres negras também precisássemos de nossas lideranças e referências, é colocarmos todas as nossas energias e botarmos os blocos na rua. Trazer outras mulheres, iguais, desiguais mais o que nos une é a violência, os nossos direitos negados. É triste pensar desta forma, mas não temos opção, vivemos na linha de confronto onde nós seguimos, nos defendendo, acolhemos e reivindicamos!
Carnaval é culminância, é um recomeço, reelaboração em todos os sentidos, inclusive política. Gritamos todos os dias nossas angústias, insatisfações. Mas, há em nós uma força incansável que não nos deixa desistir e insistirmos em dizer que estamos aqui. A vida segue, o rumo depende de nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário