Fotos: Fernando Azevedo |
Por: Rosangela Nascimento
De lanças e
escudos nas mãos, caminham. Avante companheiras! Metáforas são úteis, ajudam a
refletir e melhor transpõe um especial sentimento.
Cotidianamente
as mulheres estão lutando, se reinventando, dizendo não a coisificação,
todavia, a luta por igualdade, contra a opressão, discriminação e as mazelas
sociais a que sobre caem a população negra e pobre.
É certo que as
guerreiras estão em memória, historicamente fazendo e escrevendo a história.
Quantas são as negras, “livres protagonistas” de suas próprias histórias? De
modo que, não são idealizadas por determinado seguimento privilegiado da
sociedade! Parece que reside o perfil destemido, entrelaçando-se com as
dificuldades, superação de obstáculos, um senso de justiça incansável. Ou seja,
compartilham de sentimentos e características similares, mesmo que estejam em
tempo e espaço diferenciados, o que torna comum é a “resistência”!
Nesse sentido, os
conhecimentos adquiridos pelas protagonistas contemporâneas vão muito além, é driblando
a baixa autoestima, a rejeição, a negação, o medo, a raiva, a desilusão e a
tristeza, é transformando esses sentimentos e canalizando para ações positivas
e construtivas para outras mulheres, formando cooperativas, redes, associações,
quilombos e ou espaços virtuais.
A partir, de
exemplos fascinantes como de Nzinga
Mbandi, grande heroína africana e rainha de Ndongo (Angola), popularmente
conhecida como Ginga, que lutou em
busca da preservação da paz para o seu povo, resistência à invasão dos
Portugueses, coibindo o comércio de escravos, o que a levou a desenvolver
estratégias de guerras, e uma fortaleza inexorável, neste caso lançou mão de
todas as expertises, tornando-se um símbolo contra a opressão fazendo parte do
imaginário histórico e cultural, não apenas de Angola, mas um ícone
respeitadíssimo por organizações de mulheres negras da África Brasileira.
É nesta
perspectiva que, saímos do mito e caminhamos para o que é fato, o que é real,
dizemos quem somos, quantas somos, e o que queremos! São políticas públicas que
garantam uma melhoria na saúde, educação, emprego, moradia e renda. E sem
violências, sejam elas: física, psicológica, moral, patrimonial ou simbólica.
Aliás, para ter paz necessita-se da igualdade, e é a criticidade que direciona esse circulo de transformação e a busca de seus pares!
Aliás, para ter paz necessita-se da igualdade, e é a criticidade que direciona esse circulo de transformação e a busca de seus pares!
Assim as
mulheres negras vão moldando suas vidas, recontando suas histórias, reconstruindo
seu próprio "eu", adaptando-se conforme a realidade, cada uma com sua
luta, que se agrega a luta alheia. A dor é compartilhada e socializada, aí é
quando aparece à mudança, a ressignificação social.
Partindo do
pressuposto de que a habilidade para liderar seja um recurso natural, mas que
necessita ser estimuladas expectativas, percepções, crenças, emoções ou
motivações para que seja viabilizada. No entanto, os desafios às barreiras como
o racismo, à misoginia o preconceito precisam e devem ser combatidos, para que
essas guerreiras possam de fato exercer a suas lideranças naturais, estabeleçam
seus espaços de criação e participação ativa, assim teremos uma sociedade justa
e digna para cidadãs e cidadãos de qualquer gênero, raça ou etnia.
Ora, “O direito
à vida está garantido na Constituição Federal. O direito à vida não é meramente
vivê-lo, mas um estado de plenitude, total bem estar, físico, psicológico e social.
A efetivação está relacionada diretamente a outros direitos, impactando em
ações concretas, aqui citadas”.
De forma
simples pode-se afirma que, dentro de cada “Mulher Negra”, reside, habita um
sentimento aguerrido, que se apercebe aos poucos, assim como o ar que
respiramos, utilizando como transporte, como veículo a coragem, a força de
vontade, imergindo decididamente na vida!
Conclui-se que,
de “lanças e escudos nas mãos, continuam
avante as Guerreiras”, imbuídas de sentimentos libertários, e o anseio
incansável de paz, assim herdado por Nzinga Mbandi, os Quilombos já foram
formados, estão sendo compartilhados em todas as esferas, pois as mulheres
negras não se deixam render, estão despertando e inquietando-se, a cada dia
para um novo fazer, com eficácia e altivez, com atitudes otimistas caminham,
caminham avante companheiras, êêa Guerreiras! Êêa Guerreiras!
* Créditos Fotográficos: https://www.facebook.com/fernandoazevedo.photos?ref=ts&fref=ts
Pernambuco Afro Cultural agradece e parabeniza todas as modelos, que no dia a dia, são mães, educadoras, comerciantes, são construtoras e (re)construtoras de suas histórias, enfim. São Guerreiras!
Pernambuco Afro Cultural agradece e parabeniza todas as modelos, que no dia a dia, são mães, educadoras, comerciantes, são construtoras e (re)construtoras de suas histórias, enfim. São Guerreiras!
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