sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

DESPERTE A GUERREIRA EM VOCÊ, NZINGA MBAND


Fotos: Fernando Azevedo 

Por: Rosangela Nascimento 

De lanças e escudos nas mãos, caminham. Avante companheiras! Metáforas são úteis, ajudam a refletir e melhor transpõe um especial sentimento.
Cotidianamente as mulheres estão lutando, se reinventando, dizendo não a coisificação, todavia, a luta por igualdade, contra a opressão, discriminação e as mazelas sociais a que sobre caem a população negra e pobre.
É certo que as guerreiras estão em memória, historicamente fazendo e escrevendo a história. Quantas são as negras, “livres protagonistas” de suas próprias histórias? De modo que, não são idealizadas por determinado seguimento privilegiado da sociedade! Parece que reside o perfil destemido, entrelaçando-se com as dificuldades, superação de obstáculos, um senso de justiça incansável. Ou seja, compartilham de sentimentos e características similares, mesmo que estejam em tempo e espaço diferenciados, o que torna comum é a “resistência”!
Nesse sentido, os conhecimentos adquiridos pelas protagonistas contemporâneas vão muito além, é driblando a baixa autoestima, a rejeição, a negação, o medo, a raiva, a desilusão e a tristeza, é transformando esses sentimentos e canalizando para ações positivas e construtivas para outras mulheres, formando cooperativas, redes, associações, quilombos e ou espaços virtuais.



A partir, de exemplos fascinantes como de Nzinga Mbandi, grande heroína africana e rainha de Ndongo (Angola), popularmente conhecida como Ginga, que lutou em busca da preservação da paz para o seu povo, resistência à invasão dos Portugueses, coibindo o comércio de escravos, o que a levou a desenvolver estratégias de guerras, e uma fortaleza inexorável, neste caso lançou mão de todas as expertises, tornando-se um símbolo contra a opressão fazendo parte do imaginário histórico e cultural, não apenas de Angola, mas um ícone respeitadíssimo por organizações de mulheres negras da África Brasileira.
É nesta perspectiva que, saímos do mito e caminhamos para o que é fato, o que é real, dizemos quem somos, quantas somos, e o que queremos! São políticas públicas que garantam uma melhoria na saúde, educação, emprego, moradia e renda. E sem violências, sejam elas: física, psicológica, moral, patrimonial ou simbólica. 
Aliás, para ter paz necessita-se da igualdade, e é a criticidade que direciona esse circulo de transformação e a busca de seus pares!  



Assim as mulheres negras vão moldando suas vidas, recontando suas histórias, reconstruindo seu próprio "eu", adaptando-se conforme a realidade, cada uma com sua luta, que se agrega a luta alheia. A dor é compartilhada e socializada, aí é quando aparece à mudança, a ressignificação social.
Partindo do pressuposto de que a habilidade para liderar seja um recurso natural, mas que necessita ser estimuladas expectativas, percepções, crenças, emoções ou motivações para que seja viabilizada. No entanto, os desafios às barreiras como o racismo, à misoginia o preconceito precisam e devem ser combatidos, para que essas guerreiras possam de fato exercer a suas lideranças naturais, estabeleçam seus espaços de criação e participação ativa, assim teremos uma sociedade justa e digna para cidadãs e cidadãos de qualquer gênero, raça ou etnia.
Ora, “O direito à vida está garantido na Constituição Federal. O direito à vida não é meramente vivê-lo, mas um estado de plenitude, total bem estar, físico, psicológico e social. A efetivação está relacionada diretamente a outros direitos, impactando em ações concretas, aqui citadas”.
De forma simples pode-se afirma que, dentro de cada “Mulher Negra”, reside, habita um sentimento aguerrido, que se apercebe aos poucos, assim como o ar que respiramos, utilizando como transporte, como veículo a coragem, a força de vontade, imergindo decididamente na vida!
Conclui-se que, de “lanças e escudos nas mãos, continuam avante as Guerreiras”, imbuídas de sentimentos libertários, e o anseio incansável de paz, assim herdado por Nzinga Mbandi, os Quilombos já foram formados, estão sendo compartilhados em todas as esferas, pois as mulheres negras não se deixam render, estão despertando e inquietando-se, a cada dia para um novo fazer, com eficácia e altivez, com atitudes otimistas caminham, caminham avante companheiras, êêa Guerreiras! Êêa Guerreiras!



* Créditos Fotográficos: https://www.facebook.com/fernandoazevedo.photos?ref=ts&fref=ts
Pernambuco Afro Cultural agradece e parabeniza todas as modelos, que no dia a dia, são mães, educadoras, comerciantes, são construtoras e (re)construtoras de suas histórias, enfim. São Guerreiras!





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