Por [1]Rosangela
Nascimento
" Há insultos e ameaças contra mim porque agora estou numa posição visível, mas na verdade, são ameaças contra qualquer um que resista ao racismo, que resista a violência".
Cécile Kyenge
Como é do conhecimento de todos e todas, os últimos fatos sobre racismo mais comentados na mídia tem sido o da Cécile Kyenge Ministra da Integração da Itália, primeira mulher negra a tomar posse no cargo ministerial do país. O ponto extremo foi quando uma banana foi lançada em sua direção. Causando indignação por tamanho desrespeito.
Kyenge é nascente da República do Congo. Quando desenvolvia um discurso no comício do Partido Democrático de repente uma pessoa da plateia arremessou a fruta. A ministra vem sofrendo várias investidas racistas, inclusive por parte de seus " companheiros políticos". No dia 13 de julho, foi comparada a um orangotango pelo Senhor Senador Roberto Calderoli, do partido de extrema direita Liga Norte.
Nós mulheres negras, já conhecemos bem este capítulo da história onde negam nossos direitos de ir e vir, tiram a nossa identidade e principalmente invisibilizam a nossa capacidade. Não importa quem é o opressor, de onde é, ou vem, os racistas sempre sabem quais são suas vítimas!
São os pigmentos da nossa pele, independente do cargo que ocupamos ele indica os níveis de dificuldades que enfrentamos diariamente. Então, pelos valores da nossa luta, pelo respeito à dor alheia, por inúmeras formas de desqualificação, apelidos depreciativos, brincadeiras e piadas de mau gosto, ridicularização dos traços físicos, as criticas a textura do cabelo, diminuição das religiões de Matriz africana.
Ora, mas como sabemos que unidas chegaremos longe e conseguiremos os nossos objetivos!
Convoco a todas, a ajustarem os seus relógios e marcarem seus calendários, em prol do apoio a Cécile Kyenge, realizando uma "Vigília" no dia 15 de Agosto - Dia da Independência do Congo África/1960, nesta vigília trocaremos as fotos dos nossos perfis em solidariedade a Kyenge já que este tem sido o rosto da luta contra as organizações de extrema direita, e tem defendido a campanha para facilitar o acesso à cidadania de imigrantes italianos/as! Como também, poderemos escrever notas de repúdio em nossos espaços midiáticos.
Por fim, compartilho do sentimento expressado pela grande ativista do Movimento Negro Lélia Gonzalez que permanece a nos inquietar, ajudando-nos a refletir!
" Não temos tempo para lamúrias, temos que arregaçar as mangas e fazer alguma coisa para mudar isso".
Referências:
Conselho Nacional de
Educação Resolução CNE (nº 01 /2004:12)
[1]
Agente de Arte e Cultura Negra, Educadora Em Direitos Humanos, Graduada em
Letras / FACHO (Faculdade de Ciências Humanas de Olinda-PE).
Nenhum comentário:
Postar um comentário