" Tenho o Amanhã, o Amor e a Poesia posso caminhar sem medo" Solano Trindade
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Poeta do Povo Solano Trindade - Google Imagem |
Por: Rosangela Nascimento
O Sarau Afro, tem como objetivo festejar as mil curtidas em nossa fan page Pernambuco Afro Cultural do Facebook. Apresentaremos poetas, poetas, escritores, escritoras e fazedores da arte negra pernambucana. Falar da nossa poesia é contar um pouco da nossa história, tal como ela é. À medida que fomos pesquisando, sentimos uma vontade enorme em ampliar este fazer, estamos descobrindo novos personagens, tão valiosos que foram adormecidos, esquecidos pelo tempo. Estamos por aqui para trazermos luz negra, no formato especial com um jeitinho que só nós sabemos fazer. Então vamos adiante!
Francisco Solano Trindade
O poeta do povo, o poeta negro . Pesquisador das tradições populares; teatrólogo; pintor; boêmio e foi autodidata. Nasceu no Recife no Bairro de São José em 24 de julho de 1908. Filho do sapateiro Manuel Abílio, dançava pastoril e bumba meu boi, Mãe Emerenciana quituteira e operária.
Poesia carregada e com fortes sentimentos, expressar inconformismo com simplicidade e beleza. Segundo Carlos Drummond de Andrade. " Há nesses versos uma força natural e uma voz individual rica e ardente que se confunde com a voz coletiva".
Deformação
Procurei no terreiro
Os Santos de África
E não encontrei,
Só vi Santos brancos
Me admirei...
Que fizestes dos teus Santos pretinhos?
Ao negro perguntei.
Ele me responde:
Meus pretinhos se acabaram,
Agora,
Oxum, Yemanjá, Ogum,
É São Jorge,
São João
E Nossa Senhora da Conceição.
Basta Negro!
Basta de deformação.
Canção À Minha Cidade Natal
Á Margarida (Esposa de Solano)
Recife
Rua Direita
Fundo Águas Verdes
Das mulheres perdidas
Aí eu nasci
Recife
Pontos de facção cumprido
piano tocando valsa
pregões de negros nas praças
operárias cigarreiras
soldado do 49
Recife
Charanga fazendo retreta
Festejando minha roupa nova
No pátio do Terço embandeirado
Recife
Presépio de avenca
Cheiro de canela
Pastorinhas leves
Menino Deus de pernas para cima
Puríssimas canções
Recife
Campina do Bode
Procissão dos Martírios
Senhor de lindos cachos
Carregado por pretos
De capa roxa
Recife
Mamãe fazendo "mangusá"
Papai batendo sola
Recife
Natal em Afogados
Com bumba meu boi
DE Chegança
Recife
Festa do Porto
Conflitos da rua do Imperador
Recife
Maracatu
Com Rei e Rainha
Mexendo com o corpo
E alma da gente
Recife
Xangô da Baiana
Na praia do Pina
Para o "seu" Exu
Recife
Cachaça boa
Com "Maria Rachada"
Um doce de caju
Recife
Pamonha
Cuscuz
E angu
Recife
"Chora menino
pra comprá pitomba"
O homem da bassoura
vai simbora
Recife
Capibaribe
Chapéu de sol
Toureiros de Santo Antônio
Recife
Negro Umbelino
Rico pra burro
Dono do bairro
De São José
Recife
Frevo
Serenata
Melhor carnaval do mundo
Melhor cidade da terra
Melhor cantinho do céu
Pra não perder a saudade
Caracterizado como comunista devido a sua força e resistência, foi perseguido e "convidado" a fixar residência no Rio de Janeiro. Veio a óbito em 20 de fevereiro de 1974, ficando um enorme e grandioso legado para todos os afros brasileiros.
Leiam:
TRINDADE, Solano.Cantares ao meu povo. São Paulo: Brasiliense, 1981.
TRINDADE,Solano. Tem gente com fome e outros poemas - antologia poética. Rio de Janeiro: Equipe do Departamento Geral de Imprensa Oficial (G/DGIO), 1988.
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