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Foto do arquivo pessoal do autor |
Por:* Antônio Alves
Para Pernambuco Afro Cultural
Para Pernambuco Afro Cultural
Um dos maiores movimentos culturais e sociais dos últimos tempos, constituído por quatro elementos artísticos (rap, dj, street dance e grafite) e um de cunho político social (o compromisso politico com a comunidade) sempre suscitou dúvidas e perguntas sobre a sua formação e atuação, até mesmo entre os adeptos do Hip Hop essa questão é fruto de polêmicas intermináveis.
O Hip Hop é Cultura ou é Movimento?
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Fotos do Arquivo do autor |

Os primórdios do Hip Hop, no final da década de 70, onde jovens residentes nos guetos americanos, em sua maioria imigrantes latinos e afro-americanos viviam um período de crise econômica e social, onde para conseguir sobreviver em meio a situação de extrema violência e desemprego precisavam se organizar em grupos, o que gerou as gangues que lutavam entre si, tanto pela demarcação de seus territórios como pela necessidade de respeito através da violência. Uma violência crescente tirava a vida de diversos jovens, principalmente no bairro do Bronx, Brooklyn e Queens, na cidade de Nova York, onde era comum a luta entre gangues. Antenados com o que acontecia, dois jovens imigrantes jamaicanos resolveram levar um pouco de diversão para a comunidade, e por meio de ações culturais com o propósito de fortalecer e recuperar a autoestima da comunidade negra, começaram a realizar bailes abertos na comunidade, eram eles os DJs Kool Herc e Afrika Bambaataa.
Os dois começaram a propor as gangues que ao invés de se matarem, que disputassem os seus territórios e os seus problemas levados pela dança, o que começou a englobar outros elementos artísticos como o Rap que acompanhava as batidas sonoras dos Djs, e o graffite como forma de expressar os sentimentos através das artes plásticas nas ruas, o que oportunizou diversos jovens com poucas perspectivas a terem contato com uma linguagem cultural ligada a sua realidade.
Os dois começaram a propor as gangues que ao invés de se matarem, que disputassem os seus territórios e os seus problemas levados pela dança, o que começou a englobar outros elementos artísticos como o Rap que acompanhava as batidas sonoras dos Djs, e o graffite como forma de expressar os sentimentos através das artes plásticas nas ruas, o que oportunizou diversos jovens com poucas perspectivas a terem contato com uma linguagem cultural ligada a sua realidade.

Talvez, como alguns teóricos afirmam, pela proximidade histórica entre o surgimento do Movimento Hip Hop e a decadência dos Panteras Negras, junto com a questão da luta pelos direitos civis dos negros americanos, o Hip Hop tenha adotado essa responsabilidade política com a comunidade, o que de forma positiva, acabou se espalhando pelo mundo não como um simples conjunto de elementos artísticos, mas como um movimento que procura para além da sua identidade artística o fortalecimento e empoderamento de jovens em todas as periferias e realidades do mundo.
Como o Hip Hop é feito de forma plural e dinâmica, a questão entre ser Movimento ou Cultura talvez seja irrelevante, ou melhor, é hibrido, pois o Movimento Cultural Hip Hop consegue impactar onde é necessário, na reconstrução da autoestima de milhares de jovens, homens e mulheres pelo mundo todo.
*Jornalista/ membro da AMH2PE
(Associação Metropolitana de Hip Hop em Pernambuco)
Militante do PCB
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