Temos a honra e o prazer inenarrável, em prosear com um representante da Música Negra do nosso Estado, ele que se encontra abrilhantando e levando a história de negros protagonista da nossa história. Estamos proseando com Valdi Afonjah.
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| Foto: Arquivo Pessoal do Cantor Valdi Afonjah |
Pernambuco Afro Cultural – PAC. Seja bem vindo!
Valdir Afonjah - Obrigado!
1 –PAC. Para início de Prosa quem é Valdi Afonjah?
Valdi Afonjah. Um homem Preto, Africano Brasileiro, Nordestino filho de Xangô, Ativista, que tem na música um meio de expressar seus anseios, denunciar as injustiças. Mas principalmente, falar de amor e esperança.
2 - PAC.Você é uma referência da música negra pernambucana.Como se deu o seu começo de carreira? Quem te inquietou, ou, foi sua fonte de inspiração?
Valdi Afonjah. Eu sou auto didata, iniciei meus estudos de música aos 9 anos, aos 11 comecei a cantar com os amigos da escola animando Grêmios e Assustados nos bairros da Mustardinha e Afogados. Em 1979 montamos um dos primeiros grupos de Música Negra e Reggae de Recife o Grupo RAÍZES, com o apoio do MNU na época viajou por algumas capitais fazendo apresentações como na "Noite da Beleza Negra em Salvador" e "Festival da Música Negra em São Paulo." Em 1987 Já em Carreira solo gravei meu Primeiro LP Negra Magia, dois anos depois fui para França, e, a partir daí começa minha trajetória musical pelo mundo. Na década de 1970 não sei bem o ano, vi num programa do Nelson Mota chamado Rock in Concert um concerto de Bob Marley e The Wailars quando fui tocado por aquela música, os dreadloks e Rastafári a parti daquele momento compreendi minha missão de levar através da música a mensagem de paz, amor e justiça e de manter viva através das minhas canções a história do meu povo, pois esse é o pensamento Rastafári, também fui influenciado pela música de Luiz Gonzaga, João de Vale, Jackson Five, Jackson do Pandeiro, Gilberto Gil, Lepê Correia, Alcione, Paulo de Ogun Bi, Luiz Melodia, Clementina de Jesus, Lia de Itamaracá, Mestre Zé Duda, Maestro Duda, Maestro Formiga, Zé Amaro entre outros tantos. As minhas maiores inspirações de vida são meu pai que também era cantor, ritimista e me apresentou a música e minha mãe que me ensinou e me deu base para eu ser e saber quem sou e de onde venho.
3 –PAC.Qual dos seus trabalhos você gosta mais e por quê ?
Valdi Afonjah. Na verdade eu gosto de todos, não tem um que eu goste mais porque para mim todos tem sua importância, talves algumas canções me marcaram mais como Rainha Matamba ( Axé de Fala ) de Lepê Correia, Black Soul e Salsa do disco Negra Magia, Ragga Kayana Caxinguelê e João Cândido que conseguiram tocar muitas pessoas pela própria mensagem que carregam em suas letras e por serem também belas canções.
4 – PAC. Sua música liga África a Pernambuco.Você acha importante o diálogo sobre nossa ancestralidade e cultura?
Valdi Afonjah. Acho esse um dos pontos principais do meu trabalho a Ancestralidade, tem uma letra que fiz pra D. Biu do Xambá que diz “ÁFRICA é a luz que move todo coração para seu Orixá”, pois precisamos falar da nossa história nas escolas para nossos filhos, porque nós somos a geração Griô temos essa obrigação com os nossos herdeiros. Os Orixás e seus contos, João Caândido, Dona Santa, Dona Selma do Coco, Luiz de França, Mãe Menininha, Zumbi dos Palmares, Luiz Gonzaga, Pixinguinha, Naná Vasconcelos e tantos outros irmãos e histórias não podem ser apagados da nossa memória, a História da África precisa ser ensinada. A ignorância e o eurocentrismo já não cabem mais nesses tempos de hoje. Ainda bem, que já tem trabalhos maravilhosos nesse sentido como Contos de Ifá jogo multimídia desenvolvido pelo Ponto de Cultura Coco de Umbigada, a partir da mitologia dos Orixás e a Biblioteca do Mestre Batista em Aliança iniciativas que começam a dar novo fôlego a questão. Mas que precisam de mais visibilidade, precisamos divulgar cada vez mais.
5 – PAC. Você musicou Caxinguelê do Escritor pernambucano Lepê Correia, foi, e é um sucesso. O que você acha disto?
Valdi Afonjah. Na verdade fui presenteado por Lepê Correia com o livro Caxinguelê primeira edição e quando li a poesia já percebi a melodia intríseca e naturalmente transportei para o instrumento, essa canção muito me emociona, pois foi usada como hino dos Caboclos de Lança do Estrela de Ouro de Aliança que me agraciou com a Comanda Mestre Batista 2016 nesse ano que comemoram 50 anos. Tudo isso por causa da canção Caxinguelê que tem uma poesia fenomenal do grande Lepê Correia uma referencia na cultura Afro em Pernambuco.
Foto: Arquivo Pessoal do Cantor Valdi Afonjah
Valdi Afonjah.Sensação de dever cumprido, e que o trabalho alcançou seu objetivo.
8-PAC. Qual a sua previsão para um novo trabalho?
Valdi Afonjah.Esse ano pretendo botar o trabalho novo na rua, já está quase tudo pronto!
9-PAC. Quais são os seus trabalhos mais acessados na internet?
Valdi Afonjah. Atualmente tem muitos trabalhos lá, no Youtube você pode ver os clipes de Ragga Kayana, João Cândido, Caxinguelê, entre outros criados por pessoas que gostam das músicas. Os discos também estão a venda em vários sites de música, pois os discos físicos esgotaram. Para esse ano a idéia é lançar além de um novo trabalho uma compilação em comemoração aos meus trinta anos de estrada estou trabalhando para isso.
O Pernambuco Afro Cultural Agradece de coração, ao companheiro Valdi Afonjah pela sua participação neste Quilombo Virtual. Como também dizer que gostamos muitíssimo do seu valioso trabalho. E obrigada pelo prazeroso Momento de Prosa, axé e muito sucesso em seus fazeres. Ubuntu!
Valdi Afonjah. Eu que agradeço pela oportunidade e quero dizer que estou e estarei sempre a disposição para construir o que for preciso em nome da nossa memória ancestral, pois como já dizia Marcus Garvey "Um homem que não conhece sua história e seu passado é como uma árvore sem raíz", sejam todos abençoados,Kaô Kabiecilé, RastafáriVive Axé.
Afonjah - Caxinguelê
Serviço:
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