quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Autoestima/Afroestima


Foto: Fernando Azevedo

                 

        

Por: Rosangela Nascimento 


Muito se tem discutido, recentemente acerca da palavra, “autoestima”, ela que é poderosa, tem o direito de mandar, agir e controlar, seja para o bem ou para o mal. Se você caro leitor, leitora, ainda não compreendeu, eu explico o meu ponto de vista. O que quero de fato tratar é das emoções, e como elas têm um impacto em nossas vidas, seja positivo ou negativo. Ela influência o nosso psicológico exigindo melhorias para facilitar uma convivência saudável. Sempre que se quer “destruir” alguém, mexem na autoestima, ou digo o que você tem de melhor dentro de si, para mostrar ao mundo. Ela que é construída e reforçada todos os dias, permitindo a felicidade e o bem estar. Ao observar que as pessoas andam quase olhando para o chão, por ter vergonha de ver o mundo tal qual ele é, e que o peso, o fardo que é a vida, e a cada dia mais pesado.

Alimentar a autoestima é como regar uma planta, ou seja, estimular o seu interior, com elementos chamados: Carinho, atenção, cuidado com o corpo de modo geral, si amar e dizer com convicção eu sou especial, sou linda/o eu amo viver. Parece bobagem, mas não é, e funciona! Não podemos é esperar que as pessoas digam-nos isto, pois o outro nos vê de forma superficial.


Enquanto mulher negra existe fatores que mexem com a nossa autoestima, e o cabelo é sempre o alvo mais frequente, devido ao preconceito e o racismo, a construção da identidade e a forma de ser no mundo. O nosso cabelo é o que chega primeiro, em qualquer espaço, porque as pessoas têm o hábito de olhar de cima para baixo, aí o preconceito se manifesta apenas com um olhar, a exclusão e a perfeição exigida pela sociedade que sofre reflexo europeu, sendo o padrão do branco cobrado, bitolado e excludente. A partir da raiz, em cada fio, são inúmeras células que fortalecem e dizem muito de nós. Essa atitude passa a ser um ato político de auto-afirmação. Dizermos que gostamos é aceitar quem somos, e isto é ser negra/o, adoramos a nós mesmos, e todos os dias temos que fazer as pazes conosco. 

Não podemos dar brecha para o racismo/preconceito, ele vem acompanhado de afetos, e esses afetos irão descaracterizar o que sentimos e pensamos. Esses fatores causados pelo fruto do racismo nos tiram o chão, deixamos de nos reconhecermos, gerando a baixa autoestima, que adoece inquieta ao ponto de ficarem imexível, paralisados, paralisadas, tomados/as pelo medo, porque ser quem você é, a mídia e a sociedade classificam como “feias/os”. A atitude, nessas horas gera o empoderamento, a liberdade, por isto não podemos esmaecer não se sujeitar a escravidão contemporânea. É sabido que com a autoestima elevada, fortalecida, somos imbatíveis, confiantes orgulhosos/as de nossos feitos.

Autoestima, é si amar, é mostrar ao mundo com imponência o melhor que há dentro de nós, isto é amor, isto é felicidade consigo mesma/o, é honrar sua negritude. Da ponta do pé até o último fio do pixaim, crespo, cacheado, encaracolado, cabelo meu, seu, vosso, resistência nossa de todos os dias!

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