quinta-feira, 8 de agosto de 2013

POETIZANDO - IRAÊ


TEMPO DE LEMBRANÇAS 


É mais fácil sofrer de amor de quer amar sofrendo 
Ardentemente, abstrato assim ele vai e vem!
Querendo mudar  e transformar a minha vida
Não aceito, não permito 
Quem você pensa que é ? 
Desaparece e reaparece me cobrando, como se minha vida tivesse parado no tempo. 
Tempo que apagou parte de minha história,o que não quero lembrar
Machucar e sofrer não fazem bem ao coração
Tempo que trás amadurecimento e sofrimento,mas que guarda carinho, amor e lembranças, boas lembranças. 


ANSIEDADE

Vou fazer tudo diferente, como jamais um dia fiz
Descrito neste papel
Descuidado, desleixado, negligente,descumprir tudo!

Nunca olharei para te com desdém, posso até desinibi-se   
Anseio e cobiça exacerbadamente,tenho vontade de viver!

E verdadeiramente fazer diferente, totalmente salubre.  


BUSCA

Sou a água do rio indo ao encontro do mar 
Jamais penso em não tocar meus lábios aos meus
Pois teus beijos não matam apenas a minha vontade de beijar
Mas fazem-me flutuar
Me deleito nesta deliciosa fantasia 
Como um corpo estendido, a água levemente, em pleno alto mar
Viver em contato com o mundo atual 
É buscar um espaço no oceano 
Levar a mente para o paraíso, pois não há perfeição!


 20 ANOS DO ALAFIN OYÓ 

Olorum mandou avisar que hoje a festa vai ser intensa 
Chamou Xangô que encantou Oxum, Oyá e Obá
É uma vintena tocando o ritmo ijexá, versátil
Com todo encanto Xangô nasceu para brilha, kaô 
Subindo e descendo, arrastando multidão 
Enaltecendo a raça negra foi aquele vozeirão!  

JUSTIÇA PARA SER JUSTO, JUSTÍSSIMO 


Vem tempestade, trovão 
Raios de grande clarão 
Traz justiça pro negrinho 
Que é parado pela polícia como ladrão 

Na espada de Oyá, mundo de contraste 
Que insistem em nos ensinar o que errado
Porque o senhor mandou?
Sim senhor, não senhor!

Direitos e deveres a todos os cidadãos e cidadãs
Assim grita a constituição 
Somos todos diferentes 
PORQUE INSISTEM EM NÃO Vê?

Temos direitos iguais, mas você não vê 
Preta, preto, negra, negro, afrobrasileiro 
VOCÊ NÃO VÊ?
Construí esse país, digo isso por que meus 
Tataravôs plantaram sementes neste país 
E eles não estavam desempregados 
MAS ALGUÉM VIU!
Arrancaram-lhes de sua terra natal 
Tantas lágrimas derramaram 
E NINGUÉM VIU!
E ninguém quer vê e reconhecer a dívida 

julho 2006  


LEMBRANÇAS 

Quanta inquietação em meu peito, suspiro 
E a alegria chega ao meu rosto
Conto horas, segundos e minutos 
Quero vê teu rosto, sentir o teu cheiro 
Nesta ficção em meu mundo imaginário
Tu sempre estais comigo 
Penso tudo que é bom 
Quando escuto críticas e comentários desconstrutivos
Guardo para um outro momento
Momento este, que transforma tudo isto 
Para uma construção pessoal
Estou crescendo e quero ir
Mas do que as pessoas pensam!
Dúvidas muitas,  imaginas quantas?
Mas você estar sempre comigo
Tua ausência fica mínima 
Porque escuto tua voz dizendo-me 
Vai em frente 
Estou aqui!
Não importam os outros 
Cheguei, e a felicidade em teu rosto conforta-me 
Olho teu largo sorriso, abraça-me 
E seremos um único corpo
O amor não tem limites 
Não importa a distância!


 A dúvida/Resposta

Referência estou aqui!
Para quê? 
Abre-se um enorme leque
O mundo aos seus pés 
Qual será a minha referência?
Como tudo começou?
Somos formados de pequenas células 
Que dão origens as perguntas ou melhor a vida
A ordem natural
Nascer
Crescer
Reproduzir ou Não
E
MORRER?
Qual é a minha referência?
Hum!
Quantas perguntas
???



TIRAS MINHA ROUPA SÓ COM O OLHAR
FICO LOUCA SÓ IMAGINANDO O TEU CORPO NO MEU 
ME BEIJAS,VEM 
E VAMOS PECAR
PECANDO NOS ENTENDEMOS 
NOS AMAMOS 
E SÓ ASSIM, SOMOS FELIZES!


Sempre me disseram para me comportar 
Sentar de pernas fechadas 
Não falar alto em público 
E me tocar jamais isto não se faz,é feio!
Diante de tanta negação 
Como poderia não chorar e ficar fragilizada

Olho para ele, sempre faz o que quer
Quando quer  !
Sempre de pernas abertas 
Chorar jamais isto é sinal de fraqueza 
Tocar seu corpo sempre 
Estar na fase de transformação 
DROGA!
Porque tanta separação, diferença
Somos seres humanos 
Como todo ser temos necessidades
E particularidades diferentes 
Vou chorar sempre que sentir vontade
Faz bem, renova
Água é fonte da vida 
Nunca sou frágil e sim ágil 
E estou vulnerável as mazelas 
Carregadas por esta sociedade 
AINDA 
Machista e Racista  


SER

Somos negros e negras
De belas tranças com suingue no corpo
Pés a deslizar
Afro, negro o canto preto do original ijexá
Todo vento que sopra vem de África
Reflete cultura,beleza e a tradição 
O vento que trouxe o canto
Que trouxe a cor
A negra cor
O vento que espalhou a semente
A terra ajudou a semear 
Herdamos um grande legado 
Que a te vou apresentar
Subo e desço ladeiras 
Na Ribeira meu canto representa toda uma raça
Não sou um 
Sou um movimento a se expandir!





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